A gente não tem identidade 😶🌫️
Nesta edição: um pensamento sobre a literatura nacional e outras coisas
Quando digo que escritores são pessoas que não fazem nada de interessante, os leitores acham curioso, mas é a mais pura verdade. A rotina é repetitiva e, pra quem olha de fora, não tem nada de criativa.
E toda essa introdução foi pra dizer que, como qualquer escritor, nessa semana eu li, refleti, escrevi e me diverti.
Se tudo der certo, semana que vem vai ser igualzinha a essa :)
Sobre Os Doze Pretendentes: ainda em fase de reorganização da casa. E, por falta de tempo, ando escrevendo muito à mão. Cheguei ao capítulo 21 e entrei, oficialmente, na reta final da história com menos de 180 páginas. Isso sim é que é um recorde.
Atualizando 🤓
📚 Finalizei uma leitura incrível, que subiu rapidinho pra lista de favoritos: A Casa da Alegria, de Edith Wharton. Atualmente, estou lendo O Queijo e os Vermes, de Carlo Ginzburg, A Divina Comédia em quadrinhos e, claro, a biografia gigantesca de Van Gogh. Isso sem contar outros livros em italiano.
🎺 Visitei a exposição Vinicius de Moraes: por toda minha vida e foi uma experiência incrível, que pude compartilhar com amigos que amo demais.
🐦 Comecei a usar o Bluesky, rede concorrente do Twitter, e tá sendo uma experiência muito bacana. Nunca pensei que fosse gostar tanto de uma rede sem vídeos, só com imagens e textos. Vamos ver até quando dura a lua de mel.
Canto da Escrita ✏️
Vi uma discussão sobre a estranheza do cinema brasileiro, e uma das pessoas argumentou o seguinte:
"É que o cinema brasileiro é estrangeiro pra gente e o cinema estadunidense é nacional. Estranhamos a linguagem, as roupas, os cenários, as locações, os rostos, até mesmo o idioma."
E isso me levou, como sempre, a pensar em literatura e escrita.
Não é de hoje que vejo escritores — principalmente os mais novos — se negarem a escrever histórias no cenário nacional. Os principais argumentos envolvem não gostar do som do nome das personagens e achar as situações brasileiras… estranhas.
O problema, no entanto, é muito menos uma questão de gosto do que de consumo.
Estamos tão acostumados a consumir obras estrangeiras que, quando nos deparamos com um menino chamado Matheus, que estuda no colégio Santa Rita de Cássia e mora com a avó, costureira, na Rua das Dores, achamos… distante. Isso não parece uma história pra gente.
É como a pessoa ali em cima argumentou: o estrangeiro virou nacional e o nacional, estrangeiro. E é por isso que a gente se sente tão distante da nossa própria identidade.
Mas como reduzir essa lacuna? É simples: se aproximando e consumindo criações brasileiras, que tragam a essência daquilo que a gente é.
Se você acha estranho escrever no cenário nacional, faça um teste: leia um livro que se passa no Brasil ou assista um filme nacional e se desafie a escrever uma história nos mesmos moldes.
Prometo que o resultado vai surpreender.
Até a próxima! ✨
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