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Eu sou uma antiescritora? 🤨
Nesta edição: uma reflexão, leituras imperdíveis e novas habilidades
Essa semana uma grande amiga me enviou a seguinte mensagem:
Impressionante como ficar sem redes é terrível né? Eu FAÇO meu trabalho, eu LEIO livros, eu BUSCO cultura…
E isso me deixou pensativa: quando foi que a gente parou de fazer as coisas que a gente gosta pra ficar horas colados numa telinha, curtindo fotos sem sentido e lendo opiniões alheias que raramente têm algum embasamento?
Aliás, Marco Aurélio, o imperador romano, tem uma frase que eu adoro:
“Nunca canso de me admirar do seguinte fato: amamos a nós mesmos mais do que tudo, mas valorizamos mais a opinião alheia do que a nossa.”
Sinto que as redes sugam nosso tempo, nos afastam daquilo que gostamos de fazer e não trazem o retorno esperado. Quer um exemplo?
Vejo amigos e colegas escritores desesperados atrás de leitores, de reconhecimento e de engajamento. E apesar de entender, me pergunto: será que não existe uma forma melhor de empregar esse tempo? Será que curtidas e exposição realmente são uma métrica válida pra mensurar o impacto de um trabalho artístico, pra buscar leitores?
Percebi que, pela minha posição quanto a isso, talvez eu seja considerada uma “antiescritora”. Alguém que não entende — com o itálico de ênfase que tem aquele toquezinho de deboche — o que é escrever ficção num contexto contemporâneo e sempre conectado.
E como sempre digo, paciência. Talvez seja isso mesmo.
Sobre Os Doze Pretendentes: cada vez mais apaixonada por Hugo e Elise. E descobri algo interessante na disciplina de Romance que curso esse semestre na faculdade: pela estrutura da história, com foco total em Hugo e Elise e uma ausência curiosa de personagens secundários, essa narrativa pende mais pro lado do gênero novela. Vivendo e aprendendo.
Atualizando… 🤓
📚 Muitas leituras e releituras interessantes acontecendo simultaneamente. Entre elas: História da Menina Perdida, último livro da tetralogia napolitana de Elena Ferrante; Romance: História de uma Ideia, de Julián Fuks. Entre as releituras: A Megera Domada, de Shakespeare; Meditations, o diário do imperador Marco Aurélio.
📹 Assisti Barbie e achei um filme doido. Tentei buscar na minha mente algo sequer parecido com isso, e não consegui encontrar. Eis aí o sinal de um filme incrível.
🤌 Eu sempre gostei de aprender. E pra tirar as teias de aranha do cérebro, venho estudando há algum tempo um idioma que sempre amei: italiano. No momento, estou ouvindo audiolivros infantis, estudando gramática e usando meu Kindle pra ler obras que já li, como Harry Potter e la Pietra Filosofale. Quem diria, hein?
🐦 Morre o inesquecível Threads. No plano íntimo, isso é mais uma evidência de que não consigo me comprometer com rede social nenhuma. Enfim, valeu a tentativa.
Canto da Escrita ✏️
O tempo da narrativa é diferente do seu tempo de escrita.
Nunca é demais lembrar, mas o tempo da história é diferente do tempo real. Às vezes, levamos dias e semanas para escrever cenas que se passaram num piscar de olhos para o personagem. Às vezes, escrevemos em minutos a vida inteira de uma personagem. Aliás, isso é mais comum do que se imagina.
E aí vai o conselho dessa macaca velha pra driblar os problemas de ritmo que podem surgir na sua narrativa: antes de escrever, respire fundo e pense no tempo da história, não no da escrita.
O segredo é acertar os ponteiros entre esses dois tempos pra que o leitor perceba somente o tempo do personagem. Não é fácil, mas a prática ajuda bastante.
Até a próxima! ✨
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