Março passou voando 🦅
Nesta edição: tudo o que rolou e a importância da literatura desengajada
Eu pisquei e março passou voando. De maneira bem breve:
Começo com uma decepção: não consegui a bolsa que queria pra iniciar meus estudos no mestrado em Escrita, mas paciência. Adiamentos também fazem parte da vida.
Agora, a parte boa: iniciei projetos incríveis. Entre eles: ingressar num grupo de pesquisa sobre narrativas sensíveis — liderado por uma professora que me inspira pra caramba —, arriscar em aulas formais de italiano e organizar uma oficina de escrita com amigos.
E espero que abril traga ainda mais coisas boas :)
Sobre Os Doze Pretendentes: cheguei ao capítulo 20 e estou revisando o planejamento. Adoro esse momento de cortar coisas e de reorganizar a casa, já pensando no final da história.
Atualizando 🤓
📚 Fiz leituras incríveis em março, especialmente na literatura russa. Entre elas: Diário de um Homem Supérfluo, de Turguêniev, A Dócil, de Dostoiévski e A Morte de Ivan Ilitch, de Tolstói. Além disso, finalizei Mutações da Literatura no Século XXI, de Leyla Perrone-Moisés, que tá com uma super promoção na Amazon (#dica)
📹 Assisti a um documentário incrível sobre a Segunda Guerra Mundial. Mais especificamente, sobre a carreira de Hitler e as situações que o levaram ao poder. Aliás, o documentário tá disponível na Netflix.
🍝 Comecei a fazer aulas de italiano, naquele sistema clássico de escola de idiomas: aulas presenciais 1x na semana, livros didáticos e conversação entre colegas. Tá sendo uma experiência e tanto. E nesse mês de imersão total, descobri um novo cantor que já se tornou meu favorito.
Canto da Escrita ✏️
Anton Tchékov, escritor russo, era um cara bem interessante.
Além da medicina, profissão que adotou ao longo da vida, ele escreveu, mais ou menos, uns 600 contos. E quando alguém assim para pra nos aconselhar sobre escrita, é nosso dever ouvir.
Em Sem Trama e Sem Final, um compilado de trechos de cartas do autor, Tchékov fala sobre tudo: revisão, a importância da objetividade, a escolha do tema e, principalmente, como não é trabalho do escritor criar uma literatura engajada.
Pro Tchékov, pessoas que escrevem devem expor a realidade como ela é, não julgá-la. E o exemplo que ele dá é maravilhoso:
“Querem que, ao descrever ladrões de cavalos, eu diga: ‘roubar cavalos é errado.’ Mas isso é sabido há séculos sem que eu tenha de o dizer. Deixem que um júri os julgue; a minha tarefa é simplesmente mostrar que gênero de pessoas são. […] Para descrever ladrões de cavalos em setecentas linhas, tenho de falar, pensar e sentir à maneira deles. […] Quando escrevo, conto inteiramente com o leitor para que este acrescente os elementos subjetivos que faltam na história.”
Ou seja: ao contrário do que o Twitter prega, o seu trabalho, como alguém que escreve, não precisa ser engajado. Não é o seu papel definir o que é certo ou errado, bom ou ruim.
Como escritor, retrate. E deixe o resto para o leitor :)
Até a próxima! ✨
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