Eu coleciono citações.
Sou daquelas escritoras que não podem ver uma ideia, uma frase bonita, que vai lá e zup, rouba sem remorsos. Numa dessas, roubei de Patrizia Valduga, poeta italiana. Eis o que surrupiei:
Um tempo atrás, para uma revista que me fez a periódica pergunta, “por que vocês escrevem?”, respondi: “para arrancar um pouco de prazer das palavras quando não consigo arrancá-lo de outro lugar”.
Gostei. Arrancar prazer das palavras. Forte, impactante, frase decidida, que na sexta-feira coloca um vestido vermelho e sai por aí sem destino, frase que ressoa e vibra como as poesias eróticas de Patrizia Valduga.
Mas eu nunca fui de arrancar nada de ninguém. Muito menos prazer, que é melhor quando se recebe sem pedir.
Por que, então, escrevo?
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